Monitoramento das Radiações Ionizantes

Monitoramento de Rotina para a Contaminação de Superficie

1. Qual é o método convencional de medida e como é determinada a sua freqüência do monitoramento de contaminação de superfície pela radiação ionizante com função de rotina?

A finalidade de um monitoramento de contaminação de superfície pela radiação ionizante com função de rotina é detectar uma contaminação, pois é difícil avaliar a dose individual a partir dela.

O método convencional é monitorar uma fração representativa das superfícies de uma área por meio de um detector específico, como por exemplo a panqueca. A freqüência do monitoramento é estabelecida pela prática.

2. Que casos devemos considerar do que e como devemos monitorar uma contaminação de superfície pela radiação ionizante com função de rotina?

Monitoramentos mais freqüentes – Nesta caso devem-se ter pontos indicadores estratégicos como barreiras de controle e áreas com potencial elevado de contaminação.

Monitoramentos menos freqüentes – Neste caso, deve-se, representativamente, cobrir toda a área controlada em conjunto com algumas medidas a mais fora da área.

Monitoramento onde existe a probabilidade de ocorrência de uma grande contaminação, onde o individuo possa transferir uma quantidade significativa de atividade para fora da área controlada num único evento – Neste caso o monitoramento convencional deve ser complementado pelo uso de monitores instalados nas saídas externas as áreas controladas. Os monitores podem ser: sondas de varreduras, monitores de pés e mãos ou portais. Estes monitores podem ser adequados para a indústria nuclear (ciclo do combustível nuclear), mas raramente são necessários nas aplicações medicas e indústrias.

Uso de métodos alternativos para detecção de deteriorações lentas ou derrames – neste caso faz-se uma análise dos valores da contaminação em panos de chão, sacos de aspirador, outras superfícies nas áreas de saída, sapatos, luvas, bolsas etc. Esta analise fornece uma indicação genérica dos valores da contaminação mas não detecta a ocorrência isolada de pequenas quantidades de materiais radioativos e nem permite uma estimativa qualitativa dos valores da contaminação.

Instalações onde é necessária a troca de vestimentas – deve-se lembrar que são instalações que possuem áreas demarcadas com potencial para contaminação e que deve ser dada uma atenção especial no monitoramento dos trabalhadores que saem da área – Neste caso os monitores para contaminação de superfície colocados no lado limpo da sala de troca normalmente são idealizados para uso pessoal, com a finalidade de garantir que as mãos, roupas e sapatos estejam limpos antes que os trabalhadores deixem estes locais.  Como este monitoramento é realizado após terem sido lavadas as mãos e após a remoção das sapatilhas e outras roupas de proteção especiais deve ser relacionada como uma técnica adequada de verificação da contaminação geral no local de trabalho.

Itens retirados das áreas demarcadas com potencial para contaminação devem ser monitorados – Neste caso quando o monitoramento de tudo que sai da área é impraticável deve-se definir as áreas e itens para os quais o monitoramento de rotina é necessário e porque o é.

Distinção entre contaminação fixa e removível – Neste caso devemos considerar que esta distinção não é absoluta pois a contaminação fixa pode se tornar removível, principalmente quando são aplicados processos abrasivos e ambas as formas de contaminação contribuem para a radiação externa, mas unicamente a removível pode tornar-se uma fonte de exposição interna.

Em virtude de termos contaminações de superfície provocada pela radiação ionizante fixas e removíveis, possuímos as seguintes medidas de contaminação:

  • Medidas diretas com sondas que detectam tanto a contaminação fixa como a removível.
  • Uso do teste de esfregaços que detecta somente a contaminação removível.

3. Por que a finalidade do monitoramento de contaminação de superfície com função de rotina é detectar uma contaminação e não avaliar a dose do trabalhador?

Porque é muito difícil avaliar a dose dos trabalhadores provocada por ela. Ela se coaduna mais com a função de auditoria do monitoramento relacionado com a tarefa.

Quanto à prevenção de contaminação por fonetes de radiação ionizante seladas, não há necessidade do monitoramento de contaminação de superfície mas há necessidade de um programa regular de testes de fuga, conhecidos como ensaios diretos.

4. Do que depende a freqüência dos ensaios diretos das fontes de radiação ionizante seladas, quando eles são realizados e que cuidado deve-se tomar?

A freqüência dos ensaios depende da eficácia de contenção da fonte.

  • Normalmente são adequados ensaios regulares de um a dois anos. A CNEN adota a freqüência anual.
  • Em fontes frágeis ou usadas em ambientes agressivos os ensaios de vazamento devem ter uma freqüência maior.

Deve-se tomar o cuidado de manter as fontes contidas nos ensaios de vazamento de fontes frágeis e nas circunstâncias onde podem ocorrer contaminações, em virtude de perda de integridade da fonte.

5. Que tipo de ensaios indiretos podem ser realizados nas fontes de radiação ionizantes seladas e o que deve ser incluído no resultado do ensaio?

  • Monitoramento do recipiente que acomoda a fonte.
  • Monitoramento dos produtos de decaimento de meia vida curta como no caso do radio que se detecta o escape do radônio pela amostragem do ar.

No resultado do ensaio deve ser incluída uma declaração cautelosa que indica a natureza limitada do ensaio e, em particular, que o acesso junto à fonte pode resultar na dispersão de contaminação.

6. Que confiança deve fornecer um programa completo de monitoramento de contaminação de superfície provocada pela radiação ionizante?

Deve fornecer a confiança de que a possibilidade de ocorrência de uma contaminação significativa levada para fora de uma área controlada seja aceitavelmente pequena.

 

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