Exposições Potenciais

Filosofia de segurança nuclear e à radiação

Por que não existem garantias absolutas na segurança e o que se pode concluir destas situações?

  • Nenhuma atividade humana está completamente livre do risco de causar efeitos adversos aos indivíduos.
  • Podemos tornar os acidentes improváveis, mas não podem ser completamente evitados.
  • As exposições a agentes maléficos podem ser mantidas pequenas, mas não podem ser reduzidas a zero e não se pode garantir que as exposições sejam sempre inofensivas.

Conclusão: alguns riscos terão que ser tolerados, ainda que não sejam bem-vindos.

No desenvolvimento de uma filosofia de segurança, que tipos de exposição devemos considerar e por que?

Devemos considerar tanto as exposições normais como as potenciais, pois todas as atividades nucleares dão origem a algumas exposições à radiação em condições operacionais normais e a alguma probabilidade de acidente.

Para a sociedade, do que depende para se adotar uma atividade envolvendo a radiação em termos de segurança?

A atividade deve ser justificada, isto é, deve produzir benefícios suficientes para compensar o detrimento da radiação, de muitos outros fatores que vão além das considerações sobre segurança à radiação.

Por que a procura pela segurança é um processo contínuo, a que situações se aplica e com que base?

Porque a segurança não pode ser absoluta e o conhecimento de como aumenta-la nunca é completo, a ação responsável inclui um processo contínuo de procura por possíveis aperfeiçoamentos e deficiências tanto no projeto como na operação.
Ela aplica-se tanto ao controle de situações normais, como na prevenção de acidentes e na mitigação de suas consequências, como fornece a base essencial de todos os aspectos da segurança. Para a exposição à radiação potencial, tanto a probabilidade quanto a magnitude das exposições devem ser submetidas à sua especificação e controle.

Quais os três objetivos de segurança para as usinas de potência nuclear?

• Primeiro objetivo: Objetivo Geral Da Segurança Nuclear
• Segundo objetivo: Objetivo De Proteção À Radiação
• Terceiro objetivo: Objetivo Técnico De Segurança

O que visa o objetivo geral da segurança nuclear?

Visa proteger os indivíduos, a sociedade e o ambiente, estabelecendo e mantendo nas usinas de energia de potência nuclear uma defesa eficaz contra os perigos radiológicos.

O que visa o objetivo da proteção à radiação?

Visa garantir na operação normal que a exposição à radiação dentro da usina, causada por qualquer liberação por ela de material radioativo, seja mantida tão pequena quanto racionalmente exequível e inferior aos limites prescritos e garantir a mitigação das dimensões das exposições à radiação causadas por acidentes.

O que visa o objetivo técnico da segurança?

Visa prevenir com elevada confiança os acidentes em usinas nucleares; garantir que, para todos os acidentes levados em conta no projeto da usina, até os de probabilidade muito pequena, as consequências radiológicas, se houver alguma, sejam insignificantes; e garantir que a probabilidade de acidentes graves com consequências radiológicas também graves seja extremamente pequena.

Para a segurança nuclear e à radiação a CIPR estabeleceu uma filosofia semelhante ao INSAG por meio de 3 princípios. Quais são eles?

  • Princípio da justificação
  • Princípio da otimização
  • Princípio da limitação das doses e dos riscos

O que reza o princípio da justificação da CIPR?

Nenhuma atividade que envolve exposições à radiação deve ser adotada a menos que produza um benefício suficiente aos indivíduos expostos ou à sociedade para compensar o detrimento da radiação causado por ela. (Justificação de uma prática)

O que reza o princípio da otimização da CIPR?

Em relação a qualquer fonte específica dentro de uma atividade, a magnitude das doses individuais, o número de pessoas expostas e a probabilidade de sofrer exposições onde não há certeza de que elas sejam recebidas, devem ser todas mantidas tão pequenas quanto racionalmente exequível, considerando-se os fatores econômicos e sociais. Este procedimento deve estar vinculado a restrições das doses aos indivíduos (restrições de doses), ou aos riscos aos indivíduos no caso de exposição potencial (restrições de risco), de forma a limitar a desigualdade que provavelmente resultará dos julgamentos econômicos e sociais inerentes (otimização de proteção).

O que reza o princípio da limitação das doses e dos riscos?

A exposição de indivíduos resultante da combinação de todas as atividades pertinentes devem ser submetidas a limites de dose, ou a algum controle de risco no caso de exposições potenciais. Eles destinam-se a garantir que nenhum indivíduo seja exposto aos riscos da radiação considerados inaceitáveis advindos destas atividades em qualquer circunstância normal. (Limites de dose e de risco individuais)

Quais as principais diferenças entre os princípios da CIPR e os objetivos do INSAG em relação à filosofia de segurança nuclear e à radiação?

Em relação aos princípios da CIPR:

  • referem-se principalmente à proteção de indivíduos;
  • deixam claro que também é importante o número de indivíduos expostos;
  • se destinam a reduzir a probabilidade de acidentes.

Em relação aos objetivos do INSAG:

  • dão ênfase mais direta à prevenção de acidentes e à mitigação de seus efeitos.

Quando se aplica a linearidade entre a exposição, a probabilidade de um efeito em um indivíduo e o detrimento total à comunidade?

Aplica-se para doses inferiores aos limiares para efeitos determinísticos.

Por que ocorre a perda da linearidade  entre a exposição, a probabilidade de um efeito em um indivíduo e o detrimento total à comunidade em situações graves?

  • Porque as doses podem ser suficientemente elevadas para causar efeitos determinísticos.
  • Porque pode ser provocada principalmente pelas consequências que não estão relacionadas à exposição potencial.

Qual é o método mais provável de apresentar situações não lineares entre a exposição, a probabilidade de um efeito em um indivíduo e o detrimento total à comunidade e como podemos julgar a sua aceitação?

O método mais provável é fazer uso de apresentações complexas de todos os componentes dos riscos pertinentes com julgamentos auxiliados pelo uso de funções com variáveis não lineares. Em relação à sua aceitação, não existe um consenso definido de filosofia.