Exposições Potenciais
Risco Social
ESPECIFICAÇÕES DA SEGURANÇA E CONSIDERAÇÕES DE RISCO
Como é representado o risco social para os propósitos do relatório do INSAG?
É representado pelo impacto total de um acidente, incluindo o risco aos indivíduos, o número de indivíduos sob o risco, o impacto econômico de fatos como as contramedidas necessárias para proteger os indivíduos, incluindo a proibição de alimentos, a perda da produção e do valor capital da instalação.
Quais são as premissas para o uso social do risco na tomada de decisão em exposições normais e a que solução se chega?
As premissas são:
- A probabilidade de ocorrência é essencialmente a unidade.
- A dose coletiva é o indicador adequado no detrimento coletivo à saúde e é usado na otimização da proteção.
Neste caso, como a probabilidade é grande e os eventos fornecem doses pequenas, como solução pode ser usada a dose coletiva potencial, que é uma medida simples de custo social, ainda que esta abordagem não seja amplamente empregada.
Para as exposições normais, que exemplo o INSAG fornece a respeito da probabilidade anual e as respectivas doses?
Sugere uma probabilidade anual de cerca de 10-2 e doses de alguns milisieverts.
Quais são as premissas para o uso do risco social na tomada de decisão em exposições potenciais e a que solução se chega?
As premissas são:
- Eventos de probabilidade pequena.
- O risco social, mesmo no sentido limitado da probabilidade de morte, não pode ser representado pela expectativa matemática da consequência, principalmente por causa da complexidade das consequências sociais de acidentes e da complexidade das próprias usinas.
Nestes casos, como solução, necessita-se considerar tanto as probabilidades do evento como a completa descrição das consequências potenciais para julgar o grau de segurança.
O que se pode afirmar quanto às técnicas para o uso do risco social na tomada de decisão em exposições potenciais?
Pode-se afirmar que elas existem, estão disponíveis e são utilizadas para se tomar decisões em outras áreas, mas a sua utilização em segurança nuclear tem provado ser difícil.
Em virtude da grande complexidade no uso doo risco social, que critério o INSAG sugere adotar? Por que? O que representa e resolve o problema?
O INSAG sugere adotar o critério de risco coletivo por ser o mais simples, ainda que seja o mais grosseiro. Ele representa a combinação do risco individual e do número de indivíduos sob o risco, mas não resolve o problema por ser apenas uma parte do risco social e, tanto quanto como o risco individual deveria ser complementado por outros critérios.
Quais são os critérios complementares sugeridos pelo INSAG para serem adotados no risco social?
Os critérios complementares sugeridos são:
• Critério da curva f-N
• Critério de necessidade de intervenção
• Critério da gravidade do acidente
O que representa o critério da curva f-N adotada no uso do risco social? Qual é a sua utilidade e a sua dificuldade?
A curva f-N representa a frequência de acidentes, cada um deles causando mais do que um número especificado de mortes. Representa uma forma histórica de apresentar as consequências de acidentes graves.
A sua utilidade é efetuar comparações entre tipos diferentes de acidentes e catástrofes naturais, mas essas comparações são de valor limitado na elaboração de julgamentos sobre o grau de risco social que deveria ser tratado como inaceitável. O uso de valores absolutos nas curvas f-N para estes julgamentos torna-se ainda mais difícil em virtude da seleção de um perfil f-N para servir como critério, pois sempre parece ser arbitrário.
Quando o critério de intervenção para uso do risco social torna-se necessário?
Para alguns acidentes, quando a necessidade de intervenção torna-se um aspecto mais limitante em relação à prevenção de acidentes do que o risco individual.
De forma semelhante, para acidentes graves, os riscos sociais diretamente associados com as doses de radiação tornam-se menos importantes do que outras consequências sociais.
A que deve estar relacionado o critério da gravidade do acidente no uso do risco social e no que pode se basear?
Deve estar relacionado ao impacto sobre a saúde pública e à escala de intervenção no domínio público, independentemente do grau de danos para a usina.
Ele pode basear-se na sua definição de gravidade, isto é, na magnitude provável e no caráter da liberação radioativa e, portanto, na escala da intervenção necessária, caso este acidente ocorra.