Exposições Potenciais

Implicações das probabilidades pequenas

Quais são os problemas enfrentados pelos reguladores quando as probabilidades das exposições potenciais são muito pequenas?

  • Algumas destas exposições potenciais têm probabilidades tão pequenas que não são de interesse por nenhuma regulamentação.
  • Estudos posteriores destas exposições não são justificados, especialmente para evitar o desvio de recursos para atividades consideradas frívolas.

Em que publicações poderiam ser encontradas orientações relativas às fontes radioativas ou atividades que podem ser isentadas das exigências regulatórias, como notificação, registro ou licença, por insignificância de suas doses?

  • Na Série de Segurança nº 89, Princípios para a Isenção das Fontes de Radiação e das Práticas do Controle Regulador (1988) e
  • Nos Padrões de Segurança Básicos Internacionais para Proteção contra a Radiação Ionizante e para a Segurança das Fontes de Radiação (1996).

Que problemas podemos adiantar na isenção da exposição potencial quando comparada à isenção na exposição normal?

Contrariamente à exposição normal, uma fonte que pudesse causar uma consequência grave, ainda que muito improvável, nunca poderia ser isentada. O potencial para grandes consequências pode existir apenas em fontes de radiação de grande atividade, sendo inconcebível que elas fiquem isentas do interesse regulatório.

Como resolver os problemas apresentados para a isenção na exposição potencial?

Estabelecendo valores de corte para sequências ou cenários de pequena probabilidade na especificação probabilística da segurança, adequados para permitirem que não sejam de interesse regulatório e, portanto, não exigirem uma ulterior análise.

Existe a possibilidade de ocorrência de eventos com consequências tão graves que a operação de uma instalação (qualquer uma que não seja nuclear ou radiativa) não seria aceita, por menor que fosse a probabilidade do evento? Forneça exemplos.

Não, pois uma resposta positiva descartaria muitas atividades humanas que já aceitamos. Exemplos:

  • A pior consequência possível para permitir que uma aeronave sobrevoe cidades com estádios esportivos é o resultado de muitos milhares de mortes em um único acidente. Poderíamos evitar o risco, mas optamos por não fazê-lo.
  • Muita gente mora em vales abaixo de represas enormes, apesar do risco.

Como o OIEA discute as condições de aceitação dos riscos?

Discute da seguinte maneira: os benefícios recebidos são considerados suficientes para justificar a combinação das consequências e suas probabilidades. A possibilidade de prevenir o risco é também um fator na formação de nossas atitudes.

A questão mais difícil de ser tratada é quando os benefícios são menos óbvios ou são controversos. Se não desprezássemos esses eventos extremos com possibilidades tão diminutas não seríamos capazes de tomar nenhuma atitude e teríamos que aceitar que a não-ação poderia também resultar em um cenário igualmente improvável.

O que o INSAG alega sobre a probabilidade anual total de um acidente ser menor do que cerca de 10-6?

Nesse caso é muito difícil ter certeza de que não há sequências inesperadas com improbabilidades semelhantes, portanto, é prudente evitar de alegar probabilidades totais anuais muito menores que 10-6.
Asserções de probabilidades totais anuais menores que 10-7 são geralmente muito difíceis de serem demonstradas como corretas.