Programas de Otimização

Redução do tempo de exposição, número de trabalhadores e taxas de dose

Redução do tempo de exposição dos trabalhadores

Na redução do tempo gasto em áreas com radiação, o planejamento é um elemento essencial porque se o tempo gasto for reduzido de maneira tal que a qualidade do resultado não for boa, o trabalho deverá ser repetido, aumentando a exposição.

Para a redução do tempo gasto, em áreas com radiação pode ser considerado:

  • Que todas as ferramentas necessárias, abastecimentos e outros equipamentos estejam disponibilizados nos locais de trabalho, que estejam em bom estado de conservação e funcionando de acordo e que sejam adequados para as  tarefas executadas.
  • Que a força de trabalho esteja familiarizada com as tarefas a serem executadas.  Esta familiaridade pode ser adquirida por prática ou simulações da  tarefa.  Para não haver um desequilíbrio potencial nas doses é conveniente que vários trabalhadores estejam familiarizados com a mesma tarefa.
  • Que seja avaliada a eficácia da roupa e equipamento de proteção.  Deve-se verificar a duração do trabalho com e sem a roupa e equipamento de proteção, bem como as doses a serem recebidas.  Geralmente,  encontra-se que o uso de roupas de proteção aumenta o tempo gasto para executar a tarefa e conseqüentemente, a dose causada pela radiação externa, mas reduzirá a exposição interna ou a sua probabilidade,  para as quais as estimativas são menos confiáveis.

O OIEA menciona alguns fatores para o aumento do tempo de exposição e fornece alguns exemplos:

  1. Condições de trabalho insatisfatórias.  O OIEA fornece, como exemplo, que na manutenção em plantas de potência nuclear, a luz inadequada de uma área de trabalho, condições barulhosas, em áreas sem o uso de conectores de áudio, entre os trabalhadores ou a congestão, podem aumentar o tempo de exposição, em até 20% sobre aquele gasto no trabalho executado com a luz adequada ou em uma área aberta.
  2. Infortúnios e condições de trabalho insatisfatórias. O OIEA fornece como exemplos a manutenção rotineira e operações pos-incidente, em plantas de potência nuclear, que aumentaram o tempo de exposição em cerca de 20 a 30 %, em média.   As principais causas de infortúnios foram:
  • Preparação do trabalho inadequada (por exemplo, armações não adequadas para a situação, problemas de planejamento)
  • Ferramentas impróprias ou de mau funcionamento.
  • Falta de treinamento.
  1. Uso de roupas e equipamentos.  O OIEA fornece como exemplo, que em uma área congestionada, o uso de uma vestimenta , totalmente de borracha, com um capuz fornecedor de ar, pode aumentar o tempo de trabalho em até 30% sobre aquele,  para o mesmo trabalho,  executado com uma vestimenta, totalmente de algodão.  Para o mesmo trabalho, o uso de vestimentas completas de borracha e máscaras faciais completas, fornecedoras de ar, que fornecem o mesmo grau de proteção, contra a contaminação interna, mas que são muito mais embaraçosas, podem aumentar o tempo de trabalho necessário em até 65%.

Redução do número de trabalhadores necessários

De acordo com a publicação 21 do OIEA, para reduzir a dose coletiva, pode ser diminuído, em número,  o pessoal que executa reparos em tarefas que:

  • não necessitam do contato físico da vizinhança do componente em apreço ou da área na qual é executado o trabalho.  Este pode ser removido para uma área de menor radiação ionizante;
  • tenha à disposição o uso de vídeo remoto, áudio e telemetria dosimétrica.

Redução  nas taxas de dose

Para a redução nas taxas de dose, o OIEA sugere as seguintes metodologias:

  1. Em instalações com sistemas de tubulações que contenham fluidos radioativos o OIEA sugere a aplicação de controles sobre os sistemas químicos, de filtração,  de troca iônica e de fluxo.
  2. Em ambientes de reatores o OIEA sugere melhorias na química da água, modificações no desligamento do reator e o uso de injeções de zinco.
  3. Na área médica com mudanças nos procedimentos médicos como na carga e após carga em  braquiterapia.
  4. Em salas, áreas ou componentes contaminados pelos processos de descontaminação.  Neste caso, as doses  evitadas pela descontaminação devem considerar as doses recebidas durante o processo de descontaminação.
  5. Uso de blindagem temporária.
  6. Uso de equipamento de proteção pessoal.  Neste caso deve ser verificada a perda da eficácia como, por exemplo, no uso de aventais de chumbo em radiodiagnóstico e na radiologia interventora.
  7. Avaliação da orientação do corpo do trabalhador, com relação à orientação da fonte de radiação.  Esta avaliação é importante, principalmente, no manuseio de fontes  médicas e nas aplicações de radiografia.
  8. Uso de ferramentas longas ou de operação por meio de controle remoto.

Para a instalação de blindagem temporária com a finalidade de reduzir as doses:

  1. Devem ser avaliadas as doses que serão recebidas pelos trabalhadores durante a execução do trabalho com e sem a blindagem.  A diferença entre estas doses estimadas deve ser comparada com as doses que serão recebidas na instalação e remoção da blindagem temporária.  Se a redução nas doses a ser realizada pela instalação da blindagem não excede as doses recebidas durante a instalação dela, então, não deve ser instalada.  A avaliação deve considerar também qualquer dose que possa ser evitada por outro trabalho que estaria sendo executado na vizinhança da blindagem proposta para ser instalada.
  2. Deve ser adaptado, o quanto possível,  à área de trabalho, de modo que a instalação da blindagem não a reduza de modo tal, que possa aumentar apreciavelmente a duração do trabalho subseqüente  e desta maneira o período de exposição dos trabalhadores.
  3. Devem ser avaliadas, também, áreas de menores valores de radiação ionizante.  Existem circunstâncias em que a instalação da blindagem temporária parece benéfica, porem, as doses evitadas podem ser passíveis de não poderem ser quantificadas.
  4. Deve ser avaliada a proximidade da fonte.  Quanto a  fonte for mais próxima da blindagem temporária, mais eficaz será a redução das taxas de dose.

 

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