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O valor alfa decresce com o acréscimo da dose efetiva anual individual? Percepção teórica

O autor deste trabalho atribui o sofisma de que o valor α diminui com o decréscimo da dose individual ao fato de que estão apoiando o valor alfa na filosofia assumida pela Comissão Internacional de Proteção Radiológica, CIPR, da linearidade entre dose e efeito, isto é, a cada incremento na dose de radiação está associado um incremento proporcional no risco de um efeito deletério à saúde mas, na realidade, o valor de alfa não está associado a esta curva.

Percepção teórica:

1. Intervalos de doses individuais que a CIPR considera, valores extremos e em quais se aplica o processo ALARA.

De acordo com a CIPR são consideradas três regiões, a saber:

  • Região aceitável, doses individuais ≤ 5mSv a-1
  • Região tolerável, doses individuais > 5mSv a-1 até  50mSv a-1
  • Região inaceitável, doses individuais > 50mSv a-1

O processo ALARA se aplica na região tolerável.

2. Técnicas de ajuda para tomada de decisão

Fazem uso explícito do valor alfa as técnicas: custo-benefício diferencial, custo-benefício integral e custo-benefício expandido.

3. Como foi escolhido o valor de 3/10 do limite anual?

A CIPR decidiu subdividir a região tolerável em duas, estabelecendo o valor de 3/10 do limite anual para o decréscimo da dose individual, numa primeira instância e a 1/10 do limite anual numa segunda instância.

Foi constatado na época que os institutos dedicados ao desenvolvimento das aplicações para fins pacíficos das radiações ionizantes tinham todos eles, independentemente de suas dimensões, uma distribuição similar nas doses individuais dos trabalhadores, notaram que independentemente do número de fontes, de 1,5% a 3% dos trabalhadores recebiam doses superiores a 3/10 dos limites anuais. Por ser este um número muito pequeno com relação ao total de trabalhadores e, portanto, termos um número pequeno de locais para efetuar as melhorias de proteção, foi considerado um valor adequado para, em uma primeira instância, se dar prioridade a eles. Neste caso os custos não deveriam ser muito elevados, pois só abraçariam situações peculiares e em número reduzido.

4. Exemplo com referência à estatística de distribuição de doses individuais

O autor do trabalho lembra que por sugestão do Dr. Walter Stephen Snyder comparou a estatística de distribuição das doses individuais do IPEN com aquelas do Oak-Ridge National Laboratory dos Estados Unidos, cerca de dez vezes maior em número de trabalhadores mas com tipos de fontes similares ainda que em número muito maior. O resultado foi distribuição de doses similares durante os três anos pesquisados.


5. Por que foi deixada para uma segunda fase a redução das doses individuais de 3/10 dos limites anuais para 1/10?

  • Teríamos adquirido experiência na 1ª fase e poder-se-ia julgar se é justificável em termos de custo uma ulterior redução a 1/10 dos limites anuais.
  • O universo dos trabalhadores que era de 1,5% a 3% na primeira fase aumentaria para 40% ou mais e, portanto, o número de situações e locais que demandariam melhorias seria muito grande e o custo poderia tornar-se injustificável.

 

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